Estamos no Outubro Rosa e todas as atenções se voltam para o Câncer de Mama, o tumor maligno que mais acomete as mulheres. No Brasil, sua insidência aumenta entre 2% e 3% a cada ano. Em 2018 foram 59.700 novos casos. Em 2020 já são 66.280. Devemos nos perguntar: por que isso ocorre?
Em primeiro lugar, hoje fala-se mais abertamente sobre a doença. Há menos estigma e constraigimento em abordar o problema. Logo, a notícia de um diagnóstico circula livremente e aumenta a conscientizarão. Por outro lado, temos uma população que vive mais, tem uma vida mais longa e isso aumenta os riscos de câncer. Há também o aumento de diagnósticos devido à indicação de mamografia em larga escala.
No entanto, a principal razão para a maior incidência deve-se à mudança de estilo de vida das últimas décadas.
Ao longo dos anos, houve uma queda no número de filhos. A taxa de fecundidade no Brasil na década de 1960, era de 6 crianças por mulher. Já em 2015, foi de 1,72 crianças. Antes, elas eram mães mais cedo. A partir dos vinte anos, tinham 6 a 8 filhos. Ou seja, dos 20 aos 35 anos passavam a maior parte do tempo grávidas. Portanto menstruavam menos do que a mulher de hoje. A cada ano que se retarda a primeira gravidez, o risco relativo de câncer de mama aumenta 3%. Já, a cada parto, a redução de risco chega a 7%.
A mama é um órgão rico em receptores hormonais e responde sensivelmente às variações hormonais do ciclo menstrual. Esse estímulo continuado parece relacionado ao aumento do risco de câncer mamário. Estima-se que cada ano de amamentação reduz relativamente em 4,3% o risco de câncer de mama.
O aumento na utilização da reposição hormonal combinada (Estrógenos + Progesterona) também responde pelo maior número de casos, Este incremento está diretamente relacionado ao tempo de uso da terapia hormonal.
Outro fator importante que impactar na incidência da doença é a obesidade. O tecido gorduroso está implicado na produção de hormônios envolvidos na gênes do Câncer de Mama e aumenta a concentração de substâncias inflamatórias no sangue que induzem mutações genéticas. Outro fator que não falta é sedentarismo. Uma pena. A prática regular de atividades físicas associada ao controle do peso e alimentação saudável reduz o risco de câncer de mama de 15% e 30%. P ara agravar a situação , aumentou entre as mulheres o consumo de álcool, uma droga que eleva os níveis de estrógeno no sangue.
A boa notícia é que hoje, as taxas de cura também aumentaram. É possível reduzir em 28% o risco de uma mulher desenvolver Câncer de Mama apenas adotando algumas medidas muito simples, tais como praticar atividade física regularmente, alimentar-se de forma saudáve, , não fumar, ter o peso corporal adequado, não ingerir bebidas alcoólicas e evitar o uso de hormônios sintéticos em altas doses.
Com o diagnóstico precoce possibilita faz as chances de cura chegarem à 95%. Por isso, mamografias devem ser incentivadas. A mortalidade da doença diminui em cerca de 20% nas mulehres entre 50 a 69 anos que realizam exame a cada dois anos. A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda a realização anual de mamografia regular a partir dos 40 anos em mulheres assintomáticas.
Diante de tudo que foi dito, uma pergunta granha importância: O que você tem feito para dminuir o risco de Câncer de mama? Comece agora mesmo a levar uma vida saudável e diminua seu risco de Câncer de Mama.
Dra Fernanda Erci dos S. Bauer é médica ginecologista especialista e mestre pela USP, atende no Doutores da Granja