A tarefa é atribuição do aluno. Os pais podem e devem ajudar, mas somente na preparação do ambiente, na organização da rotina e quando forem solicitados pelos filhos. Essa postura auxilia na construção da autonomia da criança.
Uma situação é o monitoramento dos adultos, outra, é a dependência, que produz desgaste nas relações familiares.
Se a criança disser que não sabe fazer: o adulto poderá lembrá-la que aquele tipo de atividade já foi realizada em classe, incentivando-a na execução da mesma.
Lembre-se: há uma diferença fundamental entre auxiliar a criança (para que ela relembre o que deve ser feito) e realizar a tarefa pela criança (ditando, fazendo exercícios ou oferecendo modelos prontos para serem copiados, por exemplo).
Se a criança questionar sobre o modo “correto” de escrever, pode-se fazer alguma intervenção, pois foi iniciativa dela pedir ajuda. Exemplo: “Eu escrevi certo? ”, pergunta a criança. “Você ainda escreve de um jeito diferente dos adultos, mas você pensou nas letras da palavra, fez do seu jeito e isso é o que deve ser feito”, responde o adulto.
Se a criança disser que não há tarefa, considerar sua afirmação e deixar que ela retorne à escola sem realizá-la. Diante disso, será orientada em sala de aula. Se persistir, o adulto poderá enfatizar a importância da tarefa e o compromisso da criança, conscientizando-a sobre sua responsabilidade como estudante.
Se a criança solicitar muita ajuda para realizar a tarefa de casa, os pais devem comunicar a escola para que os motivos sejam analisados. A experiência tem mostrado que, na maioria das vezes, a criança pede ajuda porque tem medo de errar e não suporta a ideia de expor isto ao professor e aos colegas. Ainda não consegue perceber que a tarefa será valorizada pela sua disponibilidade de pensar e buscar soluções com autonomia e não só por apresentar respostas corretas.
Sobre a participação dos pais nas tarefas de casa, a orientação é que não façam pela criança aquilo que ela tem condições de realizar sozinha, mesmo que o resultado não corresponda às expectativas dos adultos.
Sueli Marciale, psicopedagoga e diretora assistente da Unidade Granja Vianna, do Colégio Rio Branco.